CRECI/SC
Transparência e Prestação de Contas

Corretor de Imóveis ontem e hoje

Por Assessoria de Comunicação CRECI-SC

15 de Agosto de 2016

Há 54 anos a profissão do Corretor de Imóveis foi regulamentada no Brasil. Ao longo desse tempo muita coisa mudou. Crises vieram e se foram. Novas tecnologias surgiram. O mercado se tornou mais exigente quanto à preparação do profissional. As cidades cresceram. O perfil da população mudou...

Enfim, foram muitas transformações que acabaram influenciando a profissão do Corretor de Imóveis e a forma de atuar no mercado imobiliário.

Para entendermos um pouco melhor como isso aconteceu, o que mudou e o que permanece na rotina de trabalho, entrevistamos um corretor experiente e uma corretora que recém entrou para a profissão.

 

Silvério Simoni

Idade: 69 anos

Início da profissão: 1975

Nº do CRECI: 00914F

 1- Como era o mercado quando você entrou na profissão?

Quando entrei na profissão de Corretor de Imóveis, o mercado já era voltado para investidores, principalmente em Florianópolis, onde eu atuei desde o início. Ao longo do tempo a cidade tornou-se atrativa para estudantes e funcionários públicos, o que atraia também investimentos no mercado imobiliário, com um público altamente comprador. Nesta época as estatísticas mostravam que a população do campo migrava para as cidades chegando a  50%. Tudo o que se colocava à venda tinha pretendentes. Compra, venda, locação, permuta etc. O Sistema Financeiro da Habitação estava muito atuante e facilitava o credito para aquisição e principalmente para as incorporadoras construírem novas moradias.

2- Como era o perfil do profissional?

Embora sendo profissionais liberais, 90% dos Corretores de Imóveis atuavam dentro das poucas imobiliárias existentes na cidade. O perfil a ser seguido era o que determinavam os executivos destas. Uma pequena parte de Corretores buscava conhecimento participando de palestras e pequenos congressos imobiliários. Muitos deles vinham para o mercado porque se aposentavam na sua antiga profissão e queriam seguir em atividade. Outros vinham por ouvir falar que nesta profissão se ganhava muito dinheiro; o que pode até ser verdadeiro, se trabalharem muito e buscarem sempre aumentar o conhecimento do que se está fazendo.

3- Como era feita a comunicação com os clientes?

À época, para se angariar clientes potenciais para qualquer negócio imobiliário usava-se o método de bater de porta em porta oferecendo-lhes os nossos serviços, ou por indicação dos que conheciam pessoas que estava procurando imóveis, descobrindo o nº do telefone, endereços e até em rodas de bar e restaurantes. A tecnologia de comunicação mais utilizada ainda que precária chamava-se telefone. Novos compradores acompanhavam os anúncios dos jornais "classificados", outros se dirigiam aos chamados plantões de atendimento. Estamos falando de uma época em que a escala de plantão se realizava em 3 turnos atendimento, ate às 22h na loja de vendas, que tempo maravilhoso... Nos plantões nas obras ou loteamentos, usava-se uma mesa daquelas de propaganda de bebidas, com as cadeiras de ferro e um guarda sol, isto para fazer a demonstração do produto através de folhetos ou plantas A1 ou A2, enormes. O resto do tempo ficava-se dentro do automóvel para melhor conforto. Isso para quem já tinha poder aquisitivo para automóvel....

 4- Quais eram as ferramentas utilizadas para vender os imóveis?

A agenda com os principais clientes selecionados era a ferramenta de trabalho primordial do Corretor de Imóveis. Ela estava sempre acompanhada de uma pasta fornecida pela imobiliária. Dentro desta estavam todas as ofertas disponíveis, algumas com foto Polaróide e as informações mínimas. Também destro da pasta acompanhavam as tabelas para simulação de financiamentos bancários. Usava-se sistema PRECE, SAC, SAM... não acompanhava a calculadora HP 12 C, e sim uma com no máximo 9 dígitos. Para o fechamento do negócio e a a confecção do contrato as melhores imobiliárias adquiriram as maquinas de escrever com corretivo IBM e em seguida OLIVETI e REMINGTON. As cobranças eram feitas por notas promissórias, em nº de 40 ou 50 e usava-se o mimeógrafo para a reprodução.  

5- Qual era o perfil de imóveis mais procurados na época em que ingressou na profissão?

Na época, os imóveis mais procurados eram: em primeiro lugar terrenos e em seguida as moradias pequenas e lojas para instalações de comércios. Alguns Corretores de Imóveis também se especializaram na venda de propriedades agrícolas.

6- Em sua opinião, qual foi a maior conquista da profissão nesses anos?

Conquistamos a regulamentação da profissão, única no mundo com legislação própria. Hoje a profissão é reconhecida e respeitada, pois com a fiscalização do exercício pelos Conselhos se faz o afastamento dos aventureiros e seleção de profissionais que exercem dignamente o trabalho. Assim, o Corretor de Imóveis se apresenta como um importante consultor do mercado imobiliário, e o mercado pede o nosso auxilio. A própria Câmara Federal nos houve, através de frente parlamentar de debates no Congresso Nacional, pois entendem que o Corretor tem muita importância na economia. Basta ver na Agenda Legislativa dos Corretores de Imóveis para o ano de 2016 a extensa pauta de assuntos que envolvem a nossa participação.

7- Por que escolheu essa profissão?

Não errei na escolha da profissão porque acredito comunicação com todos os níveis de poder aquisitivo, praticando sempre um atendimento igualitário, cumprindo assim o nosso dever de dar a felicidade a todos de terem um digno "lugar para morar". Os rendimentos são consequências do trabalho. Recomendações aos Corretores e Corretoras: não esqueçam de que um dia a velhice chegará. Preparem pé de meia, previdência, patrimônio, rendimentos etc....

 

Josiane Stela da Silva Frantz

Início da profissão: 2015

Idade: 54 anos

N° do CRECI: 29868F

1-Como estava o mercado  quando você entrou na profissão?

É um mercado muito competitivo e eu entrei num momento de crise. Sabia que não seria fácil, mas também sei que como toda crise, essa vai passar e nos deixará mais fortalecidos.

2-Como é o perfil do profissional?

Hoje o corretor não fica esperando o cliente vir até ele. Ele vai à luta, é persistente e criativo. Ele vê oportunidades e cria situações.

3-Como é feita a comunicação com os clientes?

A comunicação melhorou muito em todos os segmentos e para nós não é diferente. O cliente quer retorno rápido para a sua pesquisa. A internet e o whatsapp estão aí para ajudar e facilitar a comunicação, tanto para nós como para cliente.

4-Quais são as ferramentas mais utilizadas para vender os imóveis?

As ferramentas que mais utilizamos são a Internet e o telefone celular. O celular facilita  muito a nossa vida. Com ele o corretor tem acosso à internet, GPS, redes sociais, ferramentas que hoje são muito importantes até para ajudar a traçar o perfil do cliente.

5-Qual era o perfil de imóveis mais procurados na época que ingressou na profissão?

O perfil de imóveis mais procurados ainda é o Minha Casa Minha Vida, mas isso já está mudando.

7-Por que escolheu essa profissão?

Escolhi essa profissão porque é uma área que sempre me atraiu bastante. Fui incentivada por uma corretora que me vendeu uma casa e se tornou uma amiga. Mas na época meus filhos ainda precisavam de mim e eu adiei um pouco esse sonho. Agora que todos já voaram do ninho, chegou a minha vez de alçar voos mais longínquos.

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