O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, anunciou que a instituição está conduzindo estudos, em conjunto com os principais bancos — especialmente a Caixa Econômica Federal — para desenvolver uma nova alternativa à tradicional caderneta de poupança como principal fonte de financiamento habitacional.
A iniciativa surge em um momento de queda contínua nos recursos da poupança, impactada pela concorrência com outros produtos financeiros de maior rentabilidade. Atualmente, a poupança é a principal base de funding do crédito imobiliário, mas tem perdido espaço devido ao aumento dos saques e às mudanças no comportamento dos investidores.
Segundo Galípolo, o objetivo é construir um “processo ponte” que permita a transição para um modelo mais sustentável e que utilize também captação de mercado. A medida visa garantir a continuidade do crédito imobiliário mesmo diante da diminuição da poupança como fonte exclusiva de recursos.
LCIs na mira: possível tributação preocupa o setor
Além disso, o governo federal estuda mudanças na tributação das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que hoje são isentas de Imposto de Renda e amplamente utilizadas para financiar o setor. A proposta faz parte de um pacote fiscal mais amplo e ainda precisa ser avaliada pelo Congresso Nacional. Caso aprovada, essa mudança pode alterar a atratividade desses papéis e exigir ajustes por parte das instituições financeiras e dos profissionais que atuam no mercado.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, também confirmou que há articulações para encontrar novas fontes de financiamento, e defendeu a possibilidade de reduzir o percentual do compulsório (recursos que os bancos recolhem ao Banco Central) como estratégia para aumentar a oferta de crédito para a habitação — uma proposta que ainda enfrenta resistência por parte do Banco Central.
O que muda para o mercado e para os corretores de imóveis?
Essas movimentações indicam que o financiamento imobiliário no Brasil está entrando em um novo ciclo, mais diversificado e conectado às dinâmicas do mercado financeiro. Para os corretores de imóveis, entender essas mudanças é essencial: novas fontes de crédito podem gerar oportunidades, ampliar o acesso da população à casa própria e impactar diretamente a forma como os negócios são conduzidos.
Ao mesmo tempo, exigem atenção redobrada do profissional, que deve se manter atualizado sobre as regras e possibilidades de financiamento para melhor orientar seus clientes e concretizar vendas com mais segurança e eficiência.
O CRECI-SC acompanha com atenção todas as transformações que afetam o mercado imobiliário e está comprometido em oferecer informação de qualidade e capacitação contínua aos corretores de imóveis catarinenses. Em um cenário em constante evolução, conhecimento e preparo fazem toda a diferença.